COVID-19 e Sinusite: conheça as principais semelhanças e diferenças entre as doenças


Com a disseminação da COVID-19, é comum que os pacientes fiquem em dúvida ao apresentar sintomas gripais, pois nem sempre é fácil distinguir entre o coronavírus e outros problemas respiratórios, como a sinusite.

Para ajudar a compreender as principais diferenças entre essas duas condições, entrevistamos o otorrinolaringologista Dr. Eduardo Otávio Hausen de Souza, do Hospital Mãe de Deus.

A sinusite é uma inflamação aguda ou crônica dos seios da face, podendo ser causada por diversos fatores, como vírus, bactérias, alergias, poluição, mudanças bruscas de temperatura, corpos estranhos e alterações anatômicas no nariz. Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça, secreção nasal, tosse e febre.

O tratamento varia de acordo com a causa e pode incluir o uso de antibióticos, corticosteroides nasais ou orais, lavagem nasal com soro fisiológico e, em casos mais graves, cirurgia.

Por outro lado, a COVID-19 é uma infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2, que atualmente possui cinco variantes circulantes: alfa, beta, gama, delta e ômicron.

Os sintomas da COVID-19 podem variar e o paciente infectado pode apresentar sintomas leves, moderados ou graves, ou até mesmo ser assintomático.

Os sintomas mais comuns incluem febre, calafrios, tosse seca, falta de ar, fadiga, dor no corpo e dor de cabeça. Além disso, em alguns casos, podem ocorrer perda do olfato e do paladar, além de náuseas e diarreia.

Embora existam alguns sintomas em comum, os métodos de diagnóstico são diferentes.

Para diagnosticar a COVID-19, é realizado o teste de captura viral, geralmente o exame RT-PCR, que envolve a coleta de amostra de secreção nasal. Já a sinusite é identificada por meio de exame físico, endoscopia nasal e, em casos específicos, exames de imagem, como a tomografia computadorizada. O uso de radiografias, que era comum no passado, não é mais indicado.

É importante ressaltar que a COVID-19, em alguns casos, pode causar sinusite como sintoma tardio, e essa condição requer atenção de um profissional especializado.

"A sinusite associada à COVID-19 tem se tornado uma ocorrência frequente nos consultórios. O vírus provoca uma produção excessiva de secreção, que acaba se acumulando nos seios paranasais, resultando em sinusite. Geralmente, o paciente apresenta constante pigarro devido ao acúmulo de muco após a doença", explica o Dr. Eduardo.

Para se proteger tanto da sinusite quanto da COVID-19, é importante seguir as medidas de prevenção já conhecidas, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a higienização adequada das mãos. Além disso, a vacinação desempenha um papel fundamental na redução da incidência e no alívio dos sintomas dessas doenças.

Algumas dicas específicas também podem ajudar a evitar a sinusite. Pacientes alérgicos devem estar atentos e buscar tratamento para a rinite com um otorrinolaringologista, pois a rinite pode evoluir para uma rinossinusite.

É importante evitar a exposição direta à poluição, que pode ser um fator desencadeante da doença, assim como evitar mudanças bruscas de temperatura, especialmente durante o inverno. Para aqueles que praticam esportes, é essencial evitar permanecer com roupas úmidas ou molhadas.

Além disso, se houver desvio de septo ou algum outro problema estrutural no nariz, é importante contar com acompanhamento especializado para determinar as melhores medidas a serem adotadas, complementa o Dr. Eduardo.