A Doença de Parkinson é caracterizada principalmente por distúrbios motores


Um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e atinge mais de 3% dos brasileiros com mais de 64 anos, a Doença de Parkinson (DP) é conhecida principalmente pelos sintomas de lentidão de movimentos, rigidez e tremor em repouso.

No entanto, esses são apenas alguns dos efeitos que essa doença causa no organismo.

Para marcar o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (11 de abril), preparamos um conteúdo especial para esclarecer as principais dúvidas sobre esse tema.

A Doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que resulta na perda de neurônios dopaminérgicos.

Os distúrbios motores se tornam evidentes quando aproximadamente 60% a 80% desses neurônios são perdidos na substância negra.

Além dos sintomas motores característicos, a doença também está associada a problemas neuropsiquiátricos, como depressão e apatia, declínio cognitivo, perda de autonomia, distúrbios do sono (como insônia e sonolência excessiva) e alterações sensoriais, incluindo dor e problemas no olfato, entre outros, conforme explicado pela Dra. Manuella Edler Zandoná Giordani, neurologista do Corpo Clínico do Hospital Mãe de Deus.

A prevalência da doença aumenta com o envelhecimento, sendo mais comum em homens, e é influenciada por histórico familiar, fatores genéticos, exposição a fatores ambientais como pesticidas e história de trauma craniano prévio, entre outros.

O diagnóstico ainda é clínico, baseado nos principais sintomas motores da doença, e exames complementares, como ressonância magnética e exames de sangue, são utilizados apenas para avaliar diagnósticos diferenciais.

Embora tenham ocorrido avanços científicos nos últimos anos, ainda não existem drogas que retardem ou impeçam completamente a progressão da doença. Portanto, o tratamento atualmente visa principalmente aliviar os sintomas motores, sendo sintomático.

Nesse sentido, uma abordagem multidisciplinar é fundamental. Além do acompanhamento regular com neurologistas e especialistas em distúrbios do movimento, a fisioterapia, a fonoterapia, a orientação nutricional, o apoio psicológico e a atividade física trazem grandes benefícios aos pacientes.

Para os casos em que o controle dos sintomas com medicamentos não é eficaz e resulta em limitações mais severas, a cirurgia é uma opção de tratamento.

A abordagem mais comumente utilizada é a Estimulação Cerebral Profunda (DBS - Deep Brain Stimulation), que envolve a implantação de um eletrodo no cérebro para modular os circuitos cerebrais disfuncionais da doença.

Quando indicada adequadamente, essa cirurgia pode melhorar as flutuações motoras e não motoras da doença, reduzir as discinesias, prolongar os benefícios da redução da rigidez, diminuir o tempo em que os efeitos da medicação não são perceptíveis, melhorar o padrão de sono, entre outros benefícios