Intolerância à lactose: cuidados com a sua alimentação


A intolerância à lactose ocorre devido à falta da enzima lactase, produzida no intestino delgado. Essa enzima é responsável por decompor o açúcar do leite em moléculas menores, como a glicose, para que possam ser absorvidas.

Sem a lactase, a digestão da lactose torna-se difícil, resultando em sua chegada ao intestino grosso inalterada. Lá, é fermentada por bactérias, produzindo ácido láctico e gases. A presença de lactose no intestino grosso aumenta a retenção de água, podendo causar diarreia e cólicas.

É importante diferenciar a intolerância à lactose da alergia ao leite. A alergia é uma reação imunológica que ocorre em até duas horas após a exposição ao leite, envolvendo sintomas como reações cutâneas, gastrointestinais, respiratórias e sistêmicas. A intolerância à lactose envolve apenas a digestão, sem envolvimento do sistema imunológico.

Existem três tipos principais de intolerância à lactose:

1. Deficiência congênita da enzima: é um defeito genético raro em que alguns recém-nascidos nascem sem a capacidade de produzir lactase, resultando em intolerância permanente.

2. Diminuição enzimática secundária a doenças intestinais: é comum no primeiro ano de vida e ocorre devido à morte temporária das células produtoras de lactase na mucosa intestinal, especialmente durante episódios de diarreia persistente. Nesses casos, a deficiência é temporária e as células se regeneram com o tempo.

3. Deficiência primária ou ontogenética: é a forma mais comum de intolerância à lactose na população em geral. Com o passar do tempo, há uma diminuição natural na produção de lactase, afetando a digestão da lactose em adultos, sem uma idade específica para seu aparecimento.

Para diagnosticar a intolerância à lactose, podem ser realizados diferentes testes, como o teste de tolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes.

O tratamento consiste em evitar alimentos que contenham lactose ou usar suplementos de enzima lactase. É importante garantir a ingestão adequada de cálcio por meio de fontes alternativas, como vegetais de cor verde-escura, peixes de ossos moles, tofu e alimentos enriquecidos com cálcio.

Existem diversas alternativas alimentares no mercado, como produtos sem lactose e bebidas vegetais. O uso de probióticos também pode ser benéfico, pois ajudam na digestão da lactose.

É recomendado procurar orientação médica ou de um nutricionista para obter informações específicas e indicações adequadas para o tratamento da intolerância à lactose.